Quando eu li esse texto, dei muita risada e fiquei um pouco pensativa... "Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção?" Acho que só sendo um pouco tímido pra entender! :)
Da Timidez
Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico, só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.
Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Daqueles que sempre quebram na concentração. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder e dentro de cada tímido existe um exibido gritando "Não me olhem! Não me olhem!" só para chamar a atenção.
O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo, mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo.
O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o tempo todo. E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra.
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são urna multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma platéia, o tímido não pensa nos membros da platéia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a platéia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.
Luis Fernando Veríssimo
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
domingo, 17 de abril de 2011
Falando Sobre a Morte
Um dia estava com uma amiga, e ela estava me contando sobre a mãe que está no hospital, com muito medo da morte próxima. Ficamos conversando sobre a dificuldade que algumas pessoas têm de aceitarem a morte. Essa conversa nos fez discutir vários pontos sobre a morte e seus mistérios.
Lembrei-me do meu pai contando sobre a última vez em que viu a mãe dele viva, no hospital. Ele disse que esteve lá no hospital a visitando naquela manhã. Ela, ao contrário da mãe dessa minha amiga, estava muito tranqüila no leito, no dia em que faleceu. Meu pai descreveu “que era uma tranqüilidade impressionante, como se ela fosse sair de tudo aquilo numa boa”. Antes de ir embora, ele perguntou a ela se estava tudo bem e ela, tranquilamente, respondeu: “Sim, meu filho. Está tudo bem. Pode ir agora”. Ele não sabia como, mas havia sentido alguma coisa naquelas palavras. Quando chegou em casa, recebeu a notícia: “Sua mãe faleceu, José Carlos.” Essa história ficou guardada na minha memória. Minha avó paterna foi corajosa diante da morte. Morreu com dignidade. O que chocou meu pai foi o fato de ela ter ido embora “numa boa”. Hoje fico pensando: Sim, pai. Ela saiu de tudo aquilo numa boa. Nem sempre a melhor saída é a cura.
Já ouvi falar que há pessoas que não dormem, ficam sentadas de olhos bem abertos, com medo de morrer. Por que as pessoas têm tanto medo da morte? Está certo que ela é um tanto complexa. Existem várias teorias prontas sobre isso. Cada um escolhe no que irá acreditar. Mas quando chega a hora, a dúvida surge. Eu mesma (mesmo não gostando de pensar muito nisso, mas já tendo pensado, porque um dia todos pensam nisso) tenho minhas próprias ideias sobre o assunto. Pra quem fica aqui na Terra, apenas vê uma pessoa sendo enterrada (ou cremada) e sabe que nunca mais vai voltar a vê-la. Nós continuamos vivendo, enquanto que o corpo daquela pessoa que tanto amamos, será consumido por vermes, virar só unha, cabelo e esqueleto (ou será apenas pó).
Mas e a outra parte da gente? E a alma? Existe isso? Alma? Eu acredito em corpo e alma. O corpo fica, mas e a alma? Vai pra onde? Não sou uma pessoa que acredita em Deus, ou em céu e inferno. Ainda há muitas pessoas que acreditam que vão encontrar Deus lá no céu, para o juízo final, ou sei lá eu o quê. Francamente, eu acho esse pensamento tão Idade Média. É uma boa história, foi bem inventada, mas pra mim, que não acredito em Deus, isso não serve, é piada.
Eu escolhi acreditar que as almas passam para outro mundo. Um mundo que não está aberto aos seres vivos. Alguns chamam isso de “plano”. O filme “Um olhar do Paraíso” mostra um pouco isso. Deixa a ideia dos dois mundos e da passagem. Minha mãe dizia que no segundo plano as almas cumprem suas penas e aprendem, até o momento em que elas estiverem prontas para retornar ao nosso mundo, no corpo de outra pessoa. Reencarnação.
Também acredito em casos em que a alma não vai para esse segundo plano, como se ela acreditasse ainda estar viva. O espiritismo explica isso. A caminhada entre os dois mundos é uma passagem da vida material para a espiritual. Pessoas muito apegadas ao material encontram grandes dificuldades em seguir o novo caminho, e por isso, ficam perambulando entre nós por um bom tempo.
É esses espíritos materialistas que certas pessoas vêm por aí. Meus pais viam ou sentiam a presença deles. E eu mesma, vi de relance, duas vezes. A primeira vez foi num apartamento onde estávamos morando de aluguel. Eu e minha mãe jantávamos na cozinha. Conversa vai, conversa vem, vimos a minha irmã passando pelo corredor em direção à sala, onde estava o meu pai. Num dos altos papos entre eu e minha mãe, chamei a Raquel para participar da conversa. Surpresa foi a nossa ao ouvirmos a voz da minha irmã vinda do quarto, sentido oposto à sala. Gelei na hora! Jurei pra minha mãe que tinha visto a Raquel passando ali. E ela disse que também viu. Só que foi uma visão bem “relanceada”. Vimos um vulto passando ali e não minha irmã de fato. Ouvindo nossos comentários, meu pai foi à cozinha falar que não queria nos assustar, mas já assustando, realmente havia alguém naquela casa! “Esses dias eu vi ele no banheiro. Mandei ele ir embora.”, disse meu pai. Fiquei imaginando meu pai entrando no banheiro e vendo um senhor de idade sentado no vaso, fazendo cocô. Depois daquele dia, nunca mais fui feliz no tal apartamento, pelo menos não no banheiro. Sempre tomava banho de dia, com a porta do banheiro aberta, num horário em que meu pai ainda não estava em casa.
A segunda vez também foi bastante assustadora. Foram poucas as vezes que eu consegui dormir com a porta do quarto aberta, depois do acontecido. Eu estava indo dormir quando vi alguém descendo as escadas. Não consegui identificar quem era. Podia ser minha irmã (de novo culpa dela!) ou minha tia, que naquela noite ia dormir ali no quarto dela. Mas eu tinha acabado de dar boa noite pras duas! Fiquei incomodada com aquilo e fui investigar. Espiei o quarto da minha irmã, mas estava muito escuro lá dentro. Não dava pra identificar se as duas estavam presentes ali. Desci. Meu pai estava na cozinha lavando a louça. Perguntei se ele tinha acabado de descer, o que eu duvidava muito. Ele me olhou com uma cara de “tu estás ficando louca”. Fui pro quarto dos meus pais e fiz a mesma pergunta pra mãe. Ela sentiu o que havia acontecido. Deve ter ficado com pena da minha cara de apavorada. Comentei o fato com minhas amigas no dia seguinte, no colégio. Uma delas, que é espírita, disse que também viu alguém descendo as escadas no dia em que elas foram fazer um trabalho lá em casa. Pronto! Dormir com a porta do quarto aberta se tornou impossível. Antes eu só conseguia dormir com a porta aberta, pois tinha medo do escuro. Depois disso, descobri que dormir no escuro era mais seguro!
Mas e agora? Acredito em segundo plano, mas às vezes fico pensando: o que realmente acontece depois? Não existe alguém que tenha voltado pra contar sobre esses mistérios. E então vem aquele medo da morte. Surge a dúvida de novo. Voltando ao início de toda a história, fico imaginando porque as pessoas não deveriam ter medo de morrer. A gente nasce, vive (ou não), e morre! A morte faz parte do ciclo da vida! Consideremos isso uma dádiva. Não tem porque vivermos para sempre. Isso é até uma ironia pra mim, considerando que na minha futura profissão, irei fazer o possível para que uma pessoa não morra. Será?! Meu dever não seria apenas cuidar da saúde das pessoas? Afinal, nem sempre é possível escapar da morte. Há casos em que tudo é feito para o paciente e mesmo assim não tem jeito de salvá-lo. Uma hora as pessoas morrem. Já disse. A morte faz parte do ciclo da vida.
Larissa Amada
“Uma vida só é perfeita quando chega no final. Não segue uma receita. É uma história sem moral. Você leva a vida inteira e a vida é curta e coisa e tal. Se você não aproveita, a vida passa e tchau!”
Lembrei-me do meu pai contando sobre a última vez em que viu a mãe dele viva, no hospital. Ele disse que esteve lá no hospital a visitando naquela manhã. Ela, ao contrário da mãe dessa minha amiga, estava muito tranqüila no leito, no dia em que faleceu. Meu pai descreveu “que era uma tranqüilidade impressionante, como se ela fosse sair de tudo aquilo numa boa”. Antes de ir embora, ele perguntou a ela se estava tudo bem e ela, tranquilamente, respondeu: “Sim, meu filho. Está tudo bem. Pode ir agora”. Ele não sabia como, mas havia sentido alguma coisa naquelas palavras. Quando chegou em casa, recebeu a notícia: “Sua mãe faleceu, José Carlos.” Essa história ficou guardada na minha memória. Minha avó paterna foi corajosa diante da morte. Morreu com dignidade. O que chocou meu pai foi o fato de ela ter ido embora “numa boa”. Hoje fico pensando: Sim, pai. Ela saiu de tudo aquilo numa boa. Nem sempre a melhor saída é a cura.
Já ouvi falar que há pessoas que não dormem, ficam sentadas de olhos bem abertos, com medo de morrer. Por que as pessoas têm tanto medo da morte? Está certo que ela é um tanto complexa. Existem várias teorias prontas sobre isso. Cada um escolhe no que irá acreditar. Mas quando chega a hora, a dúvida surge. Eu mesma (mesmo não gostando de pensar muito nisso, mas já tendo pensado, porque um dia todos pensam nisso) tenho minhas próprias ideias sobre o assunto. Pra quem fica aqui na Terra, apenas vê uma pessoa sendo enterrada (ou cremada) e sabe que nunca mais vai voltar a vê-la. Nós continuamos vivendo, enquanto que o corpo daquela pessoa que tanto amamos, será consumido por vermes, virar só unha, cabelo e esqueleto (ou será apenas pó).
Mas e a outra parte da gente? E a alma? Existe isso? Alma? Eu acredito em corpo e alma. O corpo fica, mas e a alma? Vai pra onde? Não sou uma pessoa que acredita em Deus, ou em céu e inferno. Ainda há muitas pessoas que acreditam que vão encontrar Deus lá no céu, para o juízo final, ou sei lá eu o quê. Francamente, eu acho esse pensamento tão Idade Média. É uma boa história, foi bem inventada, mas pra mim, que não acredito em Deus, isso não serve, é piada.
Eu escolhi acreditar que as almas passam para outro mundo. Um mundo que não está aberto aos seres vivos. Alguns chamam isso de “plano”. O filme “Um olhar do Paraíso” mostra um pouco isso. Deixa a ideia dos dois mundos e da passagem. Minha mãe dizia que no segundo plano as almas cumprem suas penas e aprendem, até o momento em que elas estiverem prontas para retornar ao nosso mundo, no corpo de outra pessoa. Reencarnação.
Também acredito em casos em que a alma não vai para esse segundo plano, como se ela acreditasse ainda estar viva. O espiritismo explica isso. A caminhada entre os dois mundos é uma passagem da vida material para a espiritual. Pessoas muito apegadas ao material encontram grandes dificuldades em seguir o novo caminho, e por isso, ficam perambulando entre nós por um bom tempo.
É esses espíritos materialistas que certas pessoas vêm por aí. Meus pais viam ou sentiam a presença deles. E eu mesma, vi de relance, duas vezes. A primeira vez foi num apartamento onde estávamos morando de aluguel. Eu e minha mãe jantávamos na cozinha. Conversa vai, conversa vem, vimos a minha irmã passando pelo corredor em direção à sala, onde estava o meu pai. Num dos altos papos entre eu e minha mãe, chamei a Raquel para participar da conversa. Surpresa foi a nossa ao ouvirmos a voz da minha irmã vinda do quarto, sentido oposto à sala. Gelei na hora! Jurei pra minha mãe que tinha visto a Raquel passando ali. E ela disse que também viu. Só que foi uma visão bem “relanceada”. Vimos um vulto passando ali e não minha irmã de fato. Ouvindo nossos comentários, meu pai foi à cozinha falar que não queria nos assustar, mas já assustando, realmente havia alguém naquela casa! “Esses dias eu vi ele no banheiro. Mandei ele ir embora.”, disse meu pai. Fiquei imaginando meu pai entrando no banheiro e vendo um senhor de idade sentado no vaso, fazendo cocô. Depois daquele dia, nunca mais fui feliz no tal apartamento, pelo menos não no banheiro. Sempre tomava banho de dia, com a porta do banheiro aberta, num horário em que meu pai ainda não estava em casa.
A segunda vez também foi bastante assustadora. Foram poucas as vezes que eu consegui dormir com a porta do quarto aberta, depois do acontecido. Eu estava indo dormir quando vi alguém descendo as escadas. Não consegui identificar quem era. Podia ser minha irmã (de novo culpa dela!) ou minha tia, que naquela noite ia dormir ali no quarto dela. Mas eu tinha acabado de dar boa noite pras duas! Fiquei incomodada com aquilo e fui investigar. Espiei o quarto da minha irmã, mas estava muito escuro lá dentro. Não dava pra identificar se as duas estavam presentes ali. Desci. Meu pai estava na cozinha lavando a louça. Perguntei se ele tinha acabado de descer, o que eu duvidava muito. Ele me olhou com uma cara de “tu estás ficando louca”. Fui pro quarto dos meus pais e fiz a mesma pergunta pra mãe. Ela sentiu o que havia acontecido. Deve ter ficado com pena da minha cara de apavorada. Comentei o fato com minhas amigas no dia seguinte, no colégio. Uma delas, que é espírita, disse que também viu alguém descendo as escadas no dia em que elas foram fazer um trabalho lá em casa. Pronto! Dormir com a porta do quarto aberta se tornou impossível. Antes eu só conseguia dormir com a porta aberta, pois tinha medo do escuro. Depois disso, descobri que dormir no escuro era mais seguro!
Mas e agora? Acredito em segundo plano, mas às vezes fico pensando: o que realmente acontece depois? Não existe alguém que tenha voltado pra contar sobre esses mistérios. E então vem aquele medo da morte. Surge a dúvida de novo. Voltando ao início de toda a história, fico imaginando porque as pessoas não deveriam ter medo de morrer. A gente nasce, vive (ou não), e morre! A morte faz parte do ciclo da vida! Consideremos isso uma dádiva. Não tem porque vivermos para sempre. Isso é até uma ironia pra mim, considerando que na minha futura profissão, irei fazer o possível para que uma pessoa não morra. Será?! Meu dever não seria apenas cuidar da saúde das pessoas? Afinal, nem sempre é possível escapar da morte. Há casos em que tudo é feito para o paciente e mesmo assim não tem jeito de salvá-lo. Uma hora as pessoas morrem. Já disse. A morte faz parte do ciclo da vida.
Larissa Amada
“Uma vida só é perfeita quando chega no final. Não segue uma receita. É uma história sem moral. Você leva a vida inteira e a vida é curta e coisa e tal. Se você não aproveita, a vida passa e tchau!”
quarta-feira, 2 de março de 2011
Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.
Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.
O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre.
Clarice Lispector
Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que se quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.
O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar porque um belo dia se morre.
Clarice Lispector
domingo, 4 de abril de 2010
As lições de uma escola: uma ponte que leva pra longe

“A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir” (Campinas, SP: Papirus Editora – 2003), o livro do escritor Rubem Alves traz um conjunto de seis crônicas publicadas pelo autor no jornal Correio Popular de Campinas.
Rubem Alves já foi teólogo e militou na política, e há alguns anos se dedica a poetas e as crianças: escreve crônicas, livros infantis, dá palestras, viaja e têm experiências fantásticas como essa que ele vivenciou na Escola da Ponte, em Portugal.
O livro fala sobre uma educação diferente. Explica que “a educação é um caminho e um percurso”. Os caminhos existem para serem percorridos. Eles estarão sempre lá, mas só existem de verdade quando os percorremos. O caminho é composto pelas experiências de quem o percorre, é apenas uma proposta de trajeto, não um projeto, muito menos o nosso próprio projeto de vida.
A Escola da Ponte é um colégio que dá atenção aos seus alunos. Eles aprendem com a ideia de que exista realmente esse caminho. Aprendem a partir da experiência própria, pois acredita-se que uma pessoa só consegue aprender a partir de suas experiências de vida. Se um aluno no ato de aprender não souber unir a matéria que vem sendo pesquisada com seus conhecimentos gerais próprios e/ou exemplos do mundo que o cerca, ele logo esquecerá os conhecimentos que há pouco adquiriu.
Por outro lado, as escolas denominadas normais, são vistas, não como um lugar de ensino, e sim como uma prisão, onde os alunos ficam presos durante um período de tempo dentro de uma sala, calados, sendo obrigados a ouvir um professor falando de uma determinada matéria cujo interesse ele não tem. Sendo obrigados a “saber” um assunto para no fim do mês aplicar uma avaliação que testará seus conhecimentos sobre aquilo que ele nem aprendeu direito.
Nessas escolas cada um dos integrantes existentes são inferiores a outro. Os professores precisam fazer um programa de ensino e os alunos precisam seguir a essas regras. Os alunos mais CDF’s são muitas vezes os preferidos do professor, e esse muitas vezes não dá uma atenção especial para os que realmente precisam de sua ajuda. Ambos os membros seguem uma rotina tão organizada, que transforma um espaço que poderia ser agradável, já que eles precisam conviver nela a semana inteira, num espaço de grande insatisfação.
Por isso que a Escola da Ponte é tão diferente. Para começar ela não é vista como uma prisão. No seu interior não existe salas que dividem os alunos por séries. Cada criança pode ter quantos professores quiser, pois não existe um professor específico para cada matéria, e sim vários orientadores para cada “pesquisa”. Depois, a Escola da Ponte está bastante interessada não apenas no processo de conhecimento dos seus estudantes, mas também no processo psicológico de cada um deles. Para os adultos dessa escola, o aluno tem o direito de aprender vivendo, admirando-se, perguntando, espantando-se, descobrindo, errando, brincando. E para isso, é necessário que ele esteja de bem com a vida e consigo mesmo.
As crianças convivem num ambiente onde aprendem a solidariedade, a igualdade e a liberdade. Onde a criança que se julga mais conhecedora de um assunto pode ajudar uma menos experiente. Onde elas convivem uns com outros sem ter um pré-conceito das pessoas e das coisas. Onde elas podem exigir seus direitos sem ser julgadas por isso. Onde elas possam escolher o que querem estudar, formando um grupo de semelhantes com idades diferentes, mas que possuem o mesmo interesse. Onde elas têm o direito de usar os computadores para fazer as suas pesquisas relacionadas aos seus interesses e ouvir música para se concentrarem e trabalharem em silêncio. Onde qualquer criança é considerada capaz e digna de conquistar o mundo.
A Escola da Ponte é vista como uma passagem para o mundo que nos acerca. É um elemento importante para nos ajudar a ter conhecimentos sobre o que vamos ver lá fora. “Um espaço onde se vive o que se aprende e se aprende o que se vive.” Uma associação de interesses iguais, onde a criança não sai formada para o mundo, e sim pronta para o mundo.
Larissa Amada
domingo, 28 de março de 2010
O "voar" do sonho

Falando em “sonhos possíveis”, me lembrei de um sonho que se repetiu várias vezes em 2008. Eu sonhava que estava subindo em prédios, e depois que eu alcançava o topo de um dos prédios mais altos, eu me atirava lá de cima. Mas eu não caia. Eu flutuava. E ficava voando por um bom tempo. Só que eu tinha que me “recarregar” para continuar voando ou algo assim. Eu parava em cima de algum telhado e subia de novo para um lugar mais alto e novamente pulava e voava. Na cama eu conseguia sentir aquela sensação do “voar” do sonho. Aquela liberdade, aquele vento no rosto.
Seguidamente eu o encontrava na cama quando estava profundamente desacordada. Eu não entendia o porquê desse sonho. Ainda mais quando ele se repetia uma ou duas vezes por mês. No início do ano seguinte, dia 14 de janeiro de 2009, eu consegui realizá-lo, não do mesmo modo que eu via no sonho, mas com a mesma sensação que eu tinha.
Em janeiro de 2009, eu estava no Canadá fazendo intercâmbio, e no dia 14 fui com a escola de inglês e minha turminha de brasileiros “intercambistas” no Horseshoe Resort, onde poderíamos praticar o Ski e o Snowboard. Não sei se vocês já esquiaram. É uma das melhores sensações do mundo. Quando peguei o teleférico para subir a montanha, nem uma ideia me surgiu na cabeça. Mas quando comecei a descer tudo aquilo esquiando, lembrei-me do meu sonho. Exatamente a mesma sensação do “voar” do sonho, a mesma liberdade e aquele mesmo vento (gelado, de congelar!) no rosto. A partir disso, foi tão fácil esquiar e se acostumar com aquele trambolho enorme que eu carregava nos pés. Mas a “bateria” sempre terminava. Era rapidinho e eu já estava lá embaixo de novo. Sem problemas. Era só pegar o teleférico e logo estava curtindo a sensação de novo.
Meu sonho foi uma única vez real. Uma realidade que se tornou experiência para a vida inteira. E depois de ter sido realizada, nunca mais sonhei que estava voando. Talvez sonhe algum dia. Se eu não encontrar esse sonho de novo, vou atrás dele. Creio que voltarei a esquiar novamente, algum dia. Porque esquiar é bom. É uma sensação maravilhosa.
Larissa Amada
Um sonho possível

Sempre pensei em adotar uma criança ao invés de ter um filho. Acho uma ação muito bonita: pegar uma criança que já existe e que pode estar precisando de alguém que lhe dê atenção e, o que é mais importante, que tenha o amor de uma família.
Os contadores dizem que o número de pessoas cresce algebricamente enquanto sua alimentação continua crescendo aritmeticamente. Mas não é só por causa da comida que penso em adotar alguém. Esse é só um dos motivos. Não quero colocá-las aqui para sofrer, para viver junto com uma geração que estará sempre esperando por um futuro imprevisível e que, a meu ver, será pior do que o atual. Não é justo com as que nascerão. Talvez elas nunca tenham a mesma virtude que tivemos. A saúde, a educação e a segurança já viraram algo para nos preocuparmos. Então, que futuro terão as nossas crianças? Por que colocar mais crias nesse mundo?
Sempre pensei na adoção para não me comprometer com a piora do planeta. Mas depois do filme “Um sonho possível” passei a pensar em outro motivo. Um motivo que realmente é importante pensar. O filme conta a história de Michael Oher, um jovem negro vindo de um lar destruído e com um passado misterioso. Porém Oher consegue superar seus medos e seus diversos desafios a sua frente com a ajuda de uma família branca, de sua escola e do seu treinador de futebol, que acreditam no seu potencial. Essa ajuda, liderada por Leigh Anne, muda a vida de Michael. E conforme a própria Leigh afirma, muda a dela também. Esse é um motivo importante. Um motivo no qual eu nunca havia pensado antes. Ajudar alguém a mudar sua vida, e esse alguém mudar a tua própria vida. É uma troca. E essa troca me levou a pensar mais no assunto, embora eu ainda não tenha idade para isso.
O filme realmente me emocionou muito se for pensar por esse lado. E tem gente por aí comentando se a Sandra Bullock realmente mereceu o Oscar de melhor atriz. Eu não critico por esse lado. Quando assisto a um filme desses, fico estudando o perfil dos personagens, como se eu estivesse fazendo a consulta psicológica deles. E fico pensando o quão difícil foi para Michael Oher superar os desafios que o encaravam, afinal, é um filme baseado em fatos reais. Fico imaginando a história linda que aquela família construiu junto. Esse filme amadureceu minhas ideias. Antes eu achava que a adoção fosse útil para não colocar mais gente no mundo. Mas não é só isso. Para adotar é preciso doar-se. É preciso haver uma troca. É preciso mudar.
Larissa Amada
quarta-feira, 24 de março de 2010
A Mãe
Minha mãe nasceu há 49 anos. Ela completa hoje 49 anos de existência. Não é uma mulher famosa, que todos conhecem, mas ao menos ela conseguiu marcar a vida das pessoas com quem conviveu durante a vida. Não sei se acredito em destino. Não sei se acredito em missão. Se existe destino, o fim da minha mãe pode ter sido meio cruel. E se existe missão, bom, talvez ela tenha resolvido a dela. Minha mãe acreditava nisso. Destinos, missões. Nós viemos à terra para fazer alguma coisa. Para cruzar com alguns e mudar a vida de outros. Não sei qual era a missão da minha mãe. Não sei se ela sabia. Mas acho que no fim dá pra entender. Ainda é meio confuso. É como se perder num labirinto e não saber por que caminho andar. Mas guias ficaram pra me ajudar. Outras eu encontrei depois. Outras eu ainda vou encontrar. É o ciclo da vida. É o destino. Viemos para cruzar com alguns e para mudar a vida de outros. Ou, quem sabe, o outro bate de frente com a gente para mudar nossas vidas. É nada mais nada menos que nossa missão. Acho que acredito nela. Acredito em destino e missões.
Depois de muito tempo, vejo que sou bastante parecida com a minha mãe. Ela era tímida também. Quase não falava quando estava no meio de um grupo. Mas quando abria a boca... Ou falava besteira ou dava um corte nos outros. Minha mãe não precisava beber para sorrir abobada de tanta felicidade. Para ela bastava estar com as pessoas que ela mais amava por perto. E ainda comentava bem sorridente “Isso que eu nem comecei a beber ainda!”. Tinha um brilho naquele olhar quando sorria. Era o sorriso mais bonito da família dela. A mais nova, a mais decente. Era uma mulher encantadora. A única que servia de exemplo pra mim.
Apesar de toda essa felicidade que ela almejava e que sempre afetava as pessoas à sua volta, ela tinha um jeito acanhado que a incomodava um pouco. Quando algo a incomodava, ela se trancava dentro dela mesma. Parecia só que estava séria, ela não transparecia seus sentimentos tristes, só os oprimia. Já quando estava muito irritada, bom, que saíssem da frente, porque era bucha segurar aquela mãe furiosa. E eu só fui dar-me conta disso quando ela foi embora. Ela era ou 8 ou 80. Para mim ela estava sempre de bem com a vida, fora as neuroses dela. Não sabia que ela trancava seus sentimentos ruins. Descobri isso depois. Até hoje não sei direito o porquê de ela ter se separado do meu pai. Mas isso não importa agora. Importa que ela sofria muito sozinha.
Eu sou parecida. Minha timidez também atrapalha um pouco. As pessoas que não me conhecem direito me acham antipática. Todos os tímidos são vistos assim à primeira vista. Mas parando para refletir, notei que todo esse meu jeito quieto de ser, vem dela. Preciso melhorar e desabafar o que sinto para alguém sempre. Para não viver sozinha num mundo que é só meu como minha mãe vivia fazendo. Também tenho que cuidar meus números. Preciso me manter sempre entre o 8 e o 80, longe dos extremos. É preciso estar sempre controlando a si mesmo.
Tenho descoberto como minha mãe era através dos amigos dela. Enquanto isso, tento me descobrir. Há muitas coisas que temos em comum, não tem como negar. Mas as coisas podres eu não quero. Não irá fazer de mim uma pessoa boa. Estou pegando as coisas boas dela e botando o resto no lixo. Vale a pena usar o que é bom dela. Quem conheceu a minha mãe sempre comenta: “Como tu és parecida com a tua mãe”. Isso é um elogio. Ela foi um exemplo. Há pouco tempo lembrei que ela era bem vaidosa. Isso eu não peguei dela. Prefiro me vestir mais a vontade como meu pai faria. Já a paciência dela sempre foi muito admirada no meu ponto de vista. Eu era uma pirralha tinhosa e gosto de provocar vários amigos e parentes até hoje. E ela sempre foi paciente ao lidar comigo e com a minha irmã. Essa admirável paciência eu roubei dela. O jeito minucioso de ela fazer as coisas, com jeitinho, com paciência. Lentamente ela sempre terminava o seu trabalho e o fazia bem feito.
Outra coisa admirável era a sua determinação. Uma mulher decidida e que levava fé nas coisas que eram possíveis. Sempre demonstrava que nós tínhamos que lutar quando estivéssemos em campo. Pois um dia poderíamos levantar a nossa bandeira da vitória (ou da derrota!) com orgulho. E o orgulho! Ela era muito orgulhosa. Sempre elogiava suas filhas para os amigos. Se entregava para a paixão que tinha pela gente. E não importa onde ela esteja agora, sei que ela se sente de alguma forma orgulhosa por saber que suas filhas estão bem, estão encaminhadas, estão se decidindo e lutando pelo o que querem. Sei que ela viajou contra a vontade. Ela se assustou no inicio e não quis nos deixar, estava sempre por perto. Quando viu que nós podíamos continuar sem ela, surgiu o alívio. Ela saiu do nosso mundo e fez a travessia.
Seu último desejo talvez esteja se realizando. Acho que ela queria isso mesmo da gente. Ela nunca quis nos mostrar o caminho certo, sempre quis que a gente o escolhesse. E estamos escolhendo, eu e a Raquel. E ela sabe disso. Eu sei que sabe. Por que mesmo tendo ido embora, ela sempre procura pela gente. Mesmo longe, sempre consigo encontrá-la. Num pensamento, numa lembrança, em algum lugar do passado. Ela está sempre lá. Sinal de que ela fez parte da vida e de alguma forma ainda está conectada conosco. Me dando uma luz. Torcendo por mim.
Larissa Amada
Depois de muito tempo, vejo que sou bastante parecida com a minha mãe. Ela era tímida também. Quase não falava quando estava no meio de um grupo. Mas quando abria a boca... Ou falava besteira ou dava um corte nos outros. Minha mãe não precisava beber para sorrir abobada de tanta felicidade. Para ela bastava estar com as pessoas que ela mais amava por perto. E ainda comentava bem sorridente “Isso que eu nem comecei a beber ainda!”. Tinha um brilho naquele olhar quando sorria. Era o sorriso mais bonito da família dela. A mais nova, a mais decente. Era uma mulher encantadora. A única que servia de exemplo pra mim.
Apesar de toda essa felicidade que ela almejava e que sempre afetava as pessoas à sua volta, ela tinha um jeito acanhado que a incomodava um pouco. Quando algo a incomodava, ela se trancava dentro dela mesma. Parecia só que estava séria, ela não transparecia seus sentimentos tristes, só os oprimia. Já quando estava muito irritada, bom, que saíssem da frente, porque era bucha segurar aquela mãe furiosa. E eu só fui dar-me conta disso quando ela foi embora. Ela era ou 8 ou 80. Para mim ela estava sempre de bem com a vida, fora as neuroses dela. Não sabia que ela trancava seus sentimentos ruins. Descobri isso depois. Até hoje não sei direito o porquê de ela ter se separado do meu pai. Mas isso não importa agora. Importa que ela sofria muito sozinha.
Eu sou parecida. Minha timidez também atrapalha um pouco. As pessoas que não me conhecem direito me acham antipática. Todos os tímidos são vistos assim à primeira vista. Mas parando para refletir, notei que todo esse meu jeito quieto de ser, vem dela. Preciso melhorar e desabafar o que sinto para alguém sempre. Para não viver sozinha num mundo que é só meu como minha mãe vivia fazendo. Também tenho que cuidar meus números. Preciso me manter sempre entre o 8 e o 80, longe dos extremos. É preciso estar sempre controlando a si mesmo.
Tenho descoberto como minha mãe era através dos amigos dela. Enquanto isso, tento me descobrir. Há muitas coisas que temos em comum, não tem como negar. Mas as coisas podres eu não quero. Não irá fazer de mim uma pessoa boa. Estou pegando as coisas boas dela e botando o resto no lixo. Vale a pena usar o que é bom dela. Quem conheceu a minha mãe sempre comenta: “Como tu és parecida com a tua mãe”. Isso é um elogio. Ela foi um exemplo. Há pouco tempo lembrei que ela era bem vaidosa. Isso eu não peguei dela. Prefiro me vestir mais a vontade como meu pai faria. Já a paciência dela sempre foi muito admirada no meu ponto de vista. Eu era uma pirralha tinhosa e gosto de provocar vários amigos e parentes até hoje. E ela sempre foi paciente ao lidar comigo e com a minha irmã. Essa admirável paciência eu roubei dela. O jeito minucioso de ela fazer as coisas, com jeitinho, com paciência. Lentamente ela sempre terminava o seu trabalho e o fazia bem feito.
Outra coisa admirável era a sua determinação. Uma mulher decidida e que levava fé nas coisas que eram possíveis. Sempre demonstrava que nós tínhamos que lutar quando estivéssemos em campo. Pois um dia poderíamos levantar a nossa bandeira da vitória (ou da derrota!) com orgulho. E o orgulho! Ela era muito orgulhosa. Sempre elogiava suas filhas para os amigos. Se entregava para a paixão que tinha pela gente. E não importa onde ela esteja agora, sei que ela se sente de alguma forma orgulhosa por saber que suas filhas estão bem, estão encaminhadas, estão se decidindo e lutando pelo o que querem. Sei que ela viajou contra a vontade. Ela se assustou no inicio e não quis nos deixar, estava sempre por perto. Quando viu que nós podíamos continuar sem ela, surgiu o alívio. Ela saiu do nosso mundo e fez a travessia.
Seu último desejo talvez esteja se realizando. Acho que ela queria isso mesmo da gente. Ela nunca quis nos mostrar o caminho certo, sempre quis que a gente o escolhesse. E estamos escolhendo, eu e a Raquel. E ela sabe disso. Eu sei que sabe. Por que mesmo tendo ido embora, ela sempre procura pela gente. Mesmo longe, sempre consigo encontrá-la. Num pensamento, numa lembrança, em algum lugar do passado. Ela está sempre lá. Sinal de que ela fez parte da vida e de alguma forma ainda está conectada conosco. Me dando uma luz. Torcendo por mim.
Larissa Amada
Assinar:
Postagens (Atom)